quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A regra da roupa interior

O Conselho Europeu criou um site para desenvolver uma campanha de luta contra a violência sexual sobre as crianças. Para que os mais pequenos, dos 4 aos 7 anos, aprendam a estabelecer limites e a denunciar abusos.

O filme é pequeno, mas a informação está lá e os desenhos foram criados a pensar nos mais novos. Uma grande mão faz festinhas na cabeça de um boneco, que representa uma criança. Faz-lhe cócegas e ouvem-se gargalhadas. Até que a mão fica atrevida e tenta tocar na roupa interior. A resposta é não. Nas partes cobertas pela roupa interior, não é permitido mexer. Esta é a regra da roupa interior.

O anúncio é um dos meios utilizados por uma campanha que o Conselho Europeu lançou contra a violência sexual sobre crianças. O objectivo é ensinar os mais pequenos, entre os 4 e os 7 anos, a estabelecer limites e a denunciar abusos. Melhorar a cooperação internacional na captura de pedófilos é também um dos propósitos da iniciativa. Até porque, segundo Maud de Boer Buquicchio, subsecretária do Conselho Europeu, "uma em cada cinco crianças é vítima de abuso sexual" na Europa. É essa dura realidade, "Uma em cada cinco", que baptiza a campanha alojada num site com várias informações disponíveis.

A iniciativa tem ainda um livro em que é revelado o nome do boneco do anúncio televisivo. Kiko volta a aparecer com a mão numa versão mais longa do que no vídeo. E quando Kiko diz que não se pode tocar na roupa interior, a mão dá-lhe os parabéns e aconselha-o a não guardar segredo se alguém tentar tocar-lhe. "Aqui não se toca" é a mensagem que se quer transmitir.

O assunto é sério e é fundamental que os mais pequenos percebam e saibam estabelecer fronteiras. "Todos os dias, crianças são vítimas de abuso, frequentemente cometidos por pessoas nas quais confiam: pais, professores ou figuras de autoridade", sublinhou Maud Buquicchio. Além do site, disponível em inglês, francês e italiano, a campanha tem também cartazes para que a mensagem passe. Os pais e as escolas não ficam à margem desta iniciativa e, nesse sentido, o Conselho Europeu vai distribuir um kit de documentação que aborda os meios de prevenção de abusos sexuais. É importante que os mais velhos saibam lidar com a questão para que os mais novos sintam que podem confiar nos adultos. A vigilância é importante e é necessário decretar tolerância zero face à violência sexual contra os mais pequenos.

"É muito importante que não se chateie com o seu filho e que não o faça sentir que fez alguma coisa de errado". Este é um dos conselhos lançados para que os interrogatórios intimidatórios não aconteçam. Os pais devem saber explicar aos filhos que ninguém pode tocar no seu corpo sem a sua autorização e que há bons e maus toques. A campanha lembra ainda que os maus toques podem acontecer em qualquer idade. "Uma boa comunicação com as crianças é a chave", aconselha-se. O que implica abertura, determinação e um ambiente amigável.

A campanha explica, por outro lado, o que fazer em caso de suspeitas. Como reagir, como procurar ajuda. É importante não ficar zangado com a criança, nem fazê-la sentir que fez alguma coisa de errado. Pode-se perguntar quando e com quem, mas nunca porque isso aconteceu. "Tente não ficar aborrecido em frente ao seu filho. As crianças podem facilmente sentir-se culpadas e podem guardar informação". Procurar ajuda técnica é também um dos caminhos a seguir. A informação do site foi desenvolvida por profissionais de vários países, que tiveram em linha de conta diversas campanhas desenvolvidas pelo mundo.


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL!!!




DIA DE NATAL

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes, a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu e as vozes crescem num fervor patético.
Vossa Excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.
Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente se acotovela, se multiplica em gestos, esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.


Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.
A Oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra - louvado seja o Senhor! - o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha
mesmo em pijama.

Ah!!!!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.

Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.
António Gedeão


Declamação de Luís Gaspar: http://www.youtube.com/watch?v=S2WcYbDjKhk

Acção de sensibilização sobre "Violência no Namoro"

No dia 13 de Dezembro, decorreu no auditório da Escola EB 2,3/ES de São Sebastião uma acção de sensibilização sobre "Violência no Namoro", dinamizada pela Dra. Patrícia Cardoso e pelas estagiárias de Serviço Social, Cátia Luís e Tânia Sá, do núcleo de atendimento a vítimas de violência doméstica do distrito de Beja.

Esta acção integra o Projecto de Educação Sexual das turmas do 8º e 9º anos de escolaridade.

Núcleo de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica do Distrito de Beja
Contacto telefónico: 284 341 726
E-mail: navbeja@gmail.com

Alunos excepcionais vão poder passar para o 2.º ciclo com 8 anos

Alunos com capacidades excepcionais e que tenham entrado na escola com cinco anos, vão poder passar para o 2.º ciclo com oito anos.
Um despacho publicado em "Diário da República" vem normalizar casos de crianças que entrem na escola com matrícula antecipada e que revelem capacidades verdadeiramente excepcionais face ao expectável para o seu nível etário.
O Despacho Normativo n.º 1/2005, de 5 de Janeiro, previa como condições especiais de avaliação a possibilidade de uma progressão mais rápida no ensino básico para casos especiais de alunos que revelassem capacidades de aprendizagem excepcionais e um adequado grau de maturidade, a par do desenvolvimento das competências previstas para o ciclo que frequentavam, estabelecendo mesmo que o 1.º ciclo poderia ser completado em três anos desde que concluído com 9 anos de idade.

A excepção passa agora a estar regulamentada - transição aos oito anos - através do despacho n.º 18061/2010.

http://dre.pt/pdf2sdip/2010/12/234000000/5876058760.pdf

"VIOLÊNCIA NO NAMORO"

Vídeo produzido pelos alunos do 10º A (ano lectivo 2008/2009) da Escola Secundária Manuel Cargaleiro.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

VIOLÊNCIA NO NAMORO


No dia 13 de Dezembro, realizar-se-ão no auditório do Agrupamento de Escolas de Mértola duas sessões de sensibilização sobre VIOLÊNCIA NO NAMORO, destinadas aos alunos dos 8º e 9º anos de escolaridade.

A acção é promovida pela CPCJ e dinamizada pelo Núcleo de Apoio à Vítima de Beja.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os Direitos da Criança

1.
A criança,
Toda a criança.
Seja de que raça for,
Seja negra, branca, vermelha, amarela,
Seja rapariga ou rapaz.
Fale que língua falar,
Acredite no que acreditar,
Pense o que pensar,
Tenha nascido seja onde for,
Ela tem direito...

2.
...A ser para o homem a
Razão primeira da sua luta.
O homem vai proteger a criança
Com leis, ternura, cuidados
Que a tornem livre, feliz,
Pois só é livre, feliz
Quem pode deixar crescer
Um corpo são,
Quem pode deixar descobrir
Livremente
O coração
E o pensamento.
Este nascer e crescer e viver assim
Chama-se dignidade.
E em dignidade vamos
Querer que a criança
Nasça,
Cresça,
Viva...

3.
...E a criança nasce
E deve ter um nome
Que seja o sinal dessa dignidade.
Ao Sol chamamos Sol
E à Vida chamamos Vida.
Uma criança terá o seu nome também.
E ela nasce numa terra determinada
Que a deve proteger.
Chamemos-lhe Pátria a essa terra,
Mas chamemos-lhe antes Mundo...

4.
...E nesse Mundo ela vai crescer:
Já sua mãe teve o direito
A toda a assistência que assegura um nascer perfeito.
E, depois, a criança nascida,
Depois da hora radial do parto,
A criança deverá receber
Amor,
Alimentação,
Casa,
Cuidados médicos,
O amor sereno de mãe e pai.
Ela vai poder
Rir,
Brincar,
Crescer,
Aprender a ser feliz...

5.
...Mas há crianças que nascem diferentes
E tudo devemos fazer para que isto não aconteça.
Vamos dar a essas crianças um amor maior ainda.

6.
E a criança nasceu
E vai desabrochar como
Uma flor,
Uma árvore,
Um pássaro,
E
Uma flor,
Uma árvore,
Um pássaro
Precisam de amor – a seiva da terra, a luz do Sol.
De quanto amor a criança não precisará?
De quanta segurança?
Os pais e todo o Mundo que rodeia a criança
Vão participar na aventura
De uma vida que nasceu.
Maravilhosa aventura!
Mas se a criança não tem família?
Ela tê-la-á, sempre: numa sociedade justa
Todos serão sua família.
Nunca mais haverá uma criança só,
Infância nunca será solidão.

7.
E a criança vai aprender a crescer.
Todos temos de a ajudar!
Todos!
Os pais, a escola, todos nós!
E vamos ajudá-la a descobrir-se a si própria
E os outros.
Descobrir o seu mundo,
A sua força,
O seu amor,
Ela vai aprender a viver
Com ela própria
E com os outros:
Vai aprender a fraternidade,
A fazer fraternidade.
Isto chama-se educar:
Saber isto é aprender a ensinar.

8.
Em situação de perigo
A criança, mais do que nunca,
Está sempre em primeiro lugar...
Será o Sol que não se apaga
Com o nosso medo,
Com a nossa indiferença:
A criança apaga, por si só,
Medo e indiferença das nossas frontes...

9.
A criança é um mundo
Precioso
Raro.
Que ninguém a roube,
A negoceie,
A explore
Sob qualquer pretexto.
Que ninguém se aproveite
Do trabalho da criança
Para seu próprio proveito.
São livres e frágeis as suas mãos,
Hoje:
Se as não magoarmos
Elas poderão continuar
Livres
E ser a força do Mundo
Mesmo que frágeis continuem...

10.
A criança deve ser respeitada
Em suma,
Na dignidade do seu nascer,
Do seu crescer,
Do seu viver.
Quem amar verdadeiramente a criança
Não poderá deixar de ser fraterno:
Uma criança não conhece fronteiras,
Nem raças,
Nem classes sociais:
Ela é o sinal mais vivo do amor,
Embora, por vezes, nos possa parecer cruel.
Frágil e forte, ao mesmo tempo,
Ela é sempre a mão da própria vida
Que se nos estende,
Nos segura
E nos diz:
Sê digno de viver!
Olha em frente!
Matilde Rosa Araújo

Somália e Estados Unidos deveriam ratificar a Convenção sobre os Direitos da Criança

A Presidente do Comité dos Direitos da Criança apelou à Somália e aos Estados Unidos, para que ratifiquem a Convenção sobre os Direitos da Criança (CDC), uma vez que são os dois únicos países que ainda o não fizeram.

“Tendo presentes os melhores interesses da crianças, reiteraria, com todo o respeito, o nosso apelo a esses Estados, para que ratifiquem a Convenção sobre os Direitos da Criança”, disse Yanghee Lee perante a Terceira Comissão da Assembleia Geral das Nações Unidas.

O tratado é o primeiro instrumento internacional juridicamente vinculativo a incorporar todos os direitos humanos – civis, culturais, económicos, políticos e sociais – dos jovens com menos de 18 anos.

Yanghee Lee apelou também à ratificação universal até 2012 dos dois protocolos facultativos à Convenção (sobre a participação de crianças em conflitos armados e sobre a venda de crianças, a prostituição infantil e a pornografia infantil). Actualmente, 139 Estados ratificaram o primeiro destes protocolos e 141, o segundo.

Este ano, o Comité e os seus parceiros lançaram uma campanha para assegurar a ratificação universal dos dois protocolos facultativos até 2012, ano em que se comemora o décimo aniversário da sua entrada em vigor, e para consciencializar as pessoas da obrigação de os Estados partes garantirem que as suas leis nacionais respeitem esses protocolos.

O Comité dos Direitos da Criança foi criado em virtude dos art.º 43.º da Convenção sobre os Direitos da Criança com o objectivo de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições desta Convenção, bem como dos seus dois Protocolos Facultativos.

Fonte: http://www.unric.org/pt/

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Divórcio - Tutela conjunta agrava decisões e consensos sobre educação

Procurador Celso Manata diz que, ao obrigar à guarda conjunta, actual lei do divórcio agrava ainda mais os conflitos entre pais


A obrigação dos pais divorciados dividirem as responsabilidades parentais dos filhos está a contribuir para o agravamento dos conflitos entre os mesmos e, nalguns casos, a colocar em perigo a segurança das crianças e jovens. A opinião de Celso Manata, coordenador do Tribunal de Família e Menores de Lisboa, ajuda a explicar o aumento de casos desta natureza nas comissões de protecção de crianças e jovens em risco.

"A obrigação decorre da actual lei do divórcio e gera muitos atritos. As pessoas divorciam-se, mas continuam a ter de relacionar-se com frequência. Alguns que não têm condições de exercer este poder paternal em conjunto", disse ao DN. Decisões importantes relacionadas com a saúde e educação dos filhos transformam-se em problemas tão complicados de gerir que, nalguns casos, "começamos a equacionar se não será melhor para a criança que a guarda seja atribuída a outra pessoa".

Celso Manata considera que a maioria dos pais não o faz de forma dolosa, mas sublinha que "o ruído emocional nestes casos, carregados de sentimentos e mágoa, cega as pessoas. Tomam atitudes que não são racionais ou acordam decisões que violam no dia imediatamente a seguir".

O fenómeno tem-se tornado mais visível nos últimos tempos e tem atingido famílias de todos os estratos sociais, em especial as mais abastadas. "Muitas vezes, as conferências de pais arrastam-se porque os pais precisam de desabafar. Ultrapassam os poderes jurídicos. Parecemos mais psicólogos do que técnicos de Direito", acrescenta o procurador. "Os pais também precisam de ser ajudados. E mais importante do que resolver o problema concreto de relacionamento, trata-se de perceber o que está por trás."

Conflitos entre pais atiram filhos para comissões

Separações difíceis ou relações baseadas na violência põem em perigo crianças. Comissões estão a seguir mais casos deste tipo.

Os conflitos entre os pais estão a levar mais crianças e jovens a serem acompanhados pelas comissões de protecção de menores. Casos em que os filhos não são vítimas directas da agressão dos pais, mas servem de arma de arremesso entre o casal, sofrendo os efeitos emocionais indirectos das separações ou das relações construídas com base na violência.

Os exemplos são variados e surgem cada vez mais no seio das famílias da classe média e alta. Pais que se agridem à frente das crianças, que acusam o marido de abusar sexualmente dos filhos, que ofendem e ameaçam os namorados dos ex-companheiros ou que tentam atingir-se negando um ao outro o contacto com o filho.

O caso de Ana é sintomático. Grávida de sete meses, saiu de casa e foi para junto dos pais, numa casa grande, até com piscina. Na comissão de menores acusou o marido de agressão. Rui negou, queixou-se de não ver o bebé e de estar sempre sujeito aos entraves da ex-mulher e da família. Após avaliar o caso, a comissão concluiu que não havia violência, mas apenas um enorme conflito entre os pais e respectivas famílias. O filho era apanhado nos seus jogos de poder. Quando as relações pareciam estar a melhorar, e no dia em que até tinham combinado ir juntos inscrevê-lo na escola, Rui recebeu um sms de Ana a dizer que estava a caminho do Brasil. Um ano depois continua sem ver o filho.

"Os pais vivem em conflito permanente, físico e verbal. Consideram que os filhos, sendo sua propriedade, podem ser utilizados como arma de arremesso", afirmou ao DN Catarina Tomás, socióloga e investigadora da Escola Superior de Educação. A especialista que este ano fez a apresentação pública do relatório das comissões de protecção diz que os números de 2009 ainda não espelham esta tendência, que já é sublinhada pelos técnicos. "Estes problemas são caracterizados como casos de exposição a modelos de comportamento desviante. Mas neste grupo cabem situações diversas." Como os casos de pais que se drogam em casa, vêem filmes pornográficos com os filhos ou dão tiros no cão.

Catarina Tomás diz que a tendência é sinal dos tempos. E que "não ter tempo para os filhos também é uma forma de maus-tratos e negligência". Contudo, lembra que a sociedade não tem solução para muitos problemas da família e que não se podem debatê-los sem avaliar a política laboral.

Na comissão de Sintra Ocidental, os técnicos vêem diariamente nas crianças o efeito dos conflitos dos pais. "Nas separações usam- -nos para fazer mal um ao outro. Se há traição, é como se dissessem: "Escolheste outro, agora não tens filho!", explicou Teresa Villas. A presidente da comissão, também mediadora familiar, diz que "é preciso lembrar os pais que não são donos dos filhos, não podem usá-los para esgrimir argumentos".

Teresa Villas considera que há pais que são "analfabetos sociais, nem conseguem prever o perigo das crianças". E que, apesar de quase sempre dizerem amar os seus filhos, é "preciso ter coragem para lhes mostrar que há afectos que não valem nada, só prejudicam. Se há casos em que podemos dizer: 'Coitadinho, está numa instituição', noutros temos de dizer 'coitadinho, está numa família'".

Fonte: Diário de Notícias
03-11-2010

domingo, 14 de novembro de 2010

Workshop - Violência Doméstica e Prevenção da Vitimização

Realizar-se-á, no dia 18 de Novembro de 2010, no salão da Junta de Freguesia de Mértola, o workshop "VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E PREVENÇÃO DA VITIMIZAÇÃO", uma acção promovida pela Câmara Municipal de Mértola, através do Gabinete de Desenvolvimento Social, em parceria com o Núcleo de Apoio à Vítima de Beja.




quinta-feira, 4 de novembro de 2010

QUANDO O BULLYING SOBE AO PALCO

Companhia Erva Daninha parte de uma história biográfica do próprio intérprete para abordar a violência juvenil. A peça chama-se Pira Te e não faz juízos de valor nem apresenta soluções. Tirar os alunos do seu habitat é um dos objectivos da representação que anda pelos teatros do país.

"De repente começou a empurrar-me e a bater-me, tirou tudo aquilo que eu tinha nos bolsos e mandou para o chão. Depois de me obrigar a fazer pegou na minha mochila. Entrámos no comboio, ele ameaçou-me, antes de as portas fecharem saí. Era de noite e fiquei novamente sozinho." E assim começa a história representada em cima do palco e que passou da realidade para a ficção. A Companhia Erva Daninha decidiu respigar um assunto actual, o tema da violência juvenil, e apresentá-lo sem rodeios. Sem apresentar conclusões. Sem fazer julgamentos. A peça é apresentada no auditório da Academia de Música de Espinho a 2 e 3 de Dezembro para a comunidade escolar e a 4 para o público em geral, às 21h30.

Um espectáculo que nasce de um diálogo entre uma história biográfica e referências temáticas sociais, literárias, cinematográficas e políticas. "Como somos uma companhia de artes performativas que pretende abordar assuntos actuais com relevância social, este tema pareceu-nos bastante indicado. Além deste aspecto, tentamos sempre abordar temas que estejam ligados ao nosso universo pessoal. Neste caso, o bullying serve estas duas premissas. É um problema socialmente grave e ainda actual, como também está directamente relacionado ao percurso de vida do intérprete", revela Gilberto Oliveira, director artístico da Erva Daninha.

O bullying chegou, portanto, ao teatro. Um solo com música ao vivo que cruza texto, malabarismo, cenografia, composição coreográfica e luz. Tudo para proporcionar uma viagem pelo medo, pela injustiça, pela angústia, pela solidão. Pela raiva e ridicularização. E tudo parte da história do próprio intérprete que é abordada ao longo da peça e que funciona como ponto de partida para momentos poéticos de reflexão sobre a violência. Essa violência juvenil que se tornou num dos acontecimentos sociais mais falados e espremidos nos últimos tempos.

É preciso olhar com toda a atenção para a necessidade de afirmação, para a desvalorização da vida, para a passividade de quem não quer mudar o rumo dos acontecimentos. Pira Te faz pensar, mas sem opiniões predefinidas no guião. O director artístico parte da base. "O objectivo principal é apresentar diferentes pontos de vista da violência juvenil e não fazer julgamentos ou apresentar soluções", garante. Uma peça que propõe lançar a temática para o debate e para a reflexão. "Queremos despertar as pessoas para esta realidade que, muitas vezes, fica guardada e que, na verdade, muitos de nós partilhamos", acrescenta.

O tema serviu para uma pesquisa de diverso material e a vários níveis. "Cinematográficos, literários, e conversas informais com várias pessoas que, directa ou indirectamente, estavam ligadas à temática". Gilberto Oliveira adianta que para a preparação da peça, a companhia abordou psicólogos, professores e jovens que viveram uma experiência de bullying. "Todo este trabalho foi de uma extrema importância para alargar o universo da história que é contada em Pira Te e sairmos um pouco do nosso umbigo", adianta o responsável.

Pira Te não vai às escolas. É um espectáculo que também se dirige ao público escolar, mas que é apresentado em teatros e auditórios de várias zonas do país. E não o faz por acaso. "Toda a experiência em ir ao teatro deverá ser vista como um reforço extracurricular para o enriquecimento individual de cada aluno", sublinha Gilberto Oliveira. "Como artistas também achamos necessário retirar os alunos do seu habitat para lhes mostrar outras realidades", reforça. De forma que a peça que fala de bullying anda de auditório em auditório.


Fonte: Educare - Sara R. Oliveira - 2010/11/03

terça-feira, 2 de novembro de 2010

CONTRA A DISCRIMINAÇÃO

Cabe a cada um de nós empreender uma luta constante contra a discriminação. Veja o filme animado da UNICEF
http://www.youtube.com/watch?v=Y5W9H73Za-k&feature=player_embedded

SE UMA CRIANÇA...

Se uma criança vive na crítica,
Aprende a condenar.

Se uma criança vive na dúvida,
Aprende a desconfiar dos outros.

Se uma criança vive na hostilidade,
Aprende a lutar.

Se uma criança vive no ridículo,
Aprende a sentir-se culpada.

Se uma criança vive na tolerância,
Aprende a ser paciente.

Se uma criança vive no encorajamento,
Aprende a confiar.

Se uma criança vive no reconhecimento,
Aprende a estimar.

Se uma criança vive na lealdade,
Aprende a justiça.

Se uma criança vive na segurança,
Aprende a ter fé.

Se uma criança vive na aprovação,
Aprende a auto-estimar-se.

Se uma criança vive na amizade,
Aprende a encontrar o amor no mundo.

(Anónimo)

Violência escolar será punida com pena de prisão

O novo crime de violência escolar, aprovado hoje na generalidade em Conselho de Ministros, será punido com pena de um a cinco anos de prisão, anunciou hoje a ministra da Educação.

Isabel Alçada explicou no final da reunião que no caso dos menores de 12 a 16 anos serão aplicadas, em alternativa, medidas tutelares educativas, já que estes jovens são "inimputáveis para efeitos da lei penal" portuguesa.

Quanto aos restantes agressores, acrescentou, será aplicada uma sanção penal de "um a cinco anos de prisão", uma moldura semelhante à aplicada nos casos de violência doméstica.

O Governo aprovou ontem na generalidade uma proposta de lei, a submeter à Assembleia da República, que cria o crime de violência escolar, que inclui "intimidações, agressões, assédios de natureza física ou psicológica e actos de violência contra alunos e membros da comunidade escolar", segundo a ministra da Educação.

"O novo crime de violência escolar, a instituir, abrange o fenómeno correntemente designado como bullying cujos efeitos, além dos imediatamente produzidos na integridade pessoal das vítimas, se repercutem no funcionamento das escolas e na vida diária das famílias", lê-se ainda no comunicado do Conselho de Ministros.

O bullying traduz-se por violência física e/ou verbal reiterada.

Isabel Alçada espera que a criação deste crime, cuja intenção foi anunciada pelo Governo no final de Março, tenha ainda "um efeito dissuasor" sobre as situações que possam ocorrer nas escolas.

"Pretende-se que esta tipificação permita distinguir situações mais graves de menos graves. Naturalmente, as menos graves deverão ser resolvidas pela direcção da escola e pelos docentes, com a co-responsabilização das famílias e dos alunos, no quadro do estatuto do aluno", afirmou.

A ministra da Educação não precisou se a violência escolar será considerada crime público e o mesmo não é também referido no comunicado do Conselho de Ministros.

Os crimes públicos não necessitam de apresentação de queixa para que o Ministério Público abra um inquérito.

A Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas defendeu ontem que todas as medidas contra a violência são boas, mas afirmou que as escolas deviam ter sido ouvidas antes da aprovação das propostas em Conselho de Ministros.

"Obriga-nos a comunicar ao Ministério Público, como já fazemos. Ninguém pode duvidar da bondade da medida, mas era necessário clarificar e dizer às pessoas o que é o bullying", disse à agência Lusa o presidente da Associação, Adalmiro Botelho da Fonseca.

Para Adalmiro Botelho da Fonseca, o Governo deve fazer a lei geral, mas antes seria necessário caracterizar o bullying para evitar más interpretações de situações de indisciplina na escola ou do confronto vulgar entre alunos por causa de raparigas ou situações de menor gravidade.

O director da Associação afirmou ainda que se a indisciplina cresce nas escolas é porque cresce na sociedade e lamentou que as escolas não tenham sido ouvidas.

"Achamos bem, mas lamentamos que o Ministério da Educação e o Conselho de Ministros não ouçam as escolas. Continua a legislar-se em Lisboa para todo o país e nem todo o país é igual", disse.

O director afirma que os órgãos de gestão das escolas continuam sem autonomia, "sem ser tidos nem achados" e a receberem estas e outras informações pelos jornalistas.

Confederações de Pais satisfeitas com a criação do crime de violência escolar
A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) considerou ontem "positiva" a criação do crime de violência escolar, afirmando que muitas vezes as escolas têm dificuldades em distinguir o que é e não é bullying.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da CONFAP afirmou que é "positiva" e "fundamental" a tipificação destes crimes, até porque, acrescentou, escolas e professores têm "muitas vezes dificuldade em distinguir o que é bullying e o que não é".

"Tudo o que permita que as escolas saibam rapidamente que estão perante bullying é importante. [O que se tem passado é que] ou não se denuncia porque não se tem a certeza ou se denuncia por que se entrou numa lógica de denunciar tudo", afirmou Albino Almeida.

Também a Confederação Nacional de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) manifestou-se ontem favorável à criação do novo crime de violência escolar, um ano após ter activado a sua própria linha para apoio às vítimas.

"Temos tido muitas queixas. É lamentável que as escolas continuem a escamotear estes casos, agora com esta deliberação pode ser que as coisas entrem nos eixos", disse à agência Lusa o vice-presidente da CNIPE", Joaquim Ribeiro.

Segundo este responsável, a linha recebeu cerca de 190 denúncias, embora nem todas de bullying, sendo algumas de "casos de polícia, de violência".
Fonte: Lusa / EDUCARE 2010-10-29

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Crianças obesas com risco para a saúde podem ser separadas de pais que não os ajudem a perder peso

29.08.2010 - 08:33 Por Maria João Lopes

Pais que não procurem ou rejeitem ajuda, que falhem sistematicamente consultas, que se descuidem nas dietas prescritas e que não tentem reduzir o peso de filhos que sofram de obesidade que comprometa de forma perigosa a saúde, devem ser acusados de negligência? Sim, diz uma equipa de especialistas de saúde infantil do Reino Unido, sublinhando que não é o peso da criança em si que determina se há negligência, mas a atitude empenhada ou não dos pais.
Em Portugal, uma das vozes concordantes é a do psicólogo Eduardo Sá, para quem, em casos de obesidade mórbida, os "pais que não cuidam da nutrição dos filhos são negligentes e não têm condições para exercer a parentalidade". O presidente da Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco (CNPCJR), Armando Leandro, reconhece mesmo que, numa "situação de perigo, por questões de obesidade", a criança pode ser separada dos pais, se estes contribuírem ou não se opuserem ao problema.

Nestas situações, "caso se revelem inadequadas ou insuficientes outras medidas menos restritivas da liberdade de exercício das responsabilidades parentais e do direito da criança de estar preferencialmente com os seus pais", a criança pode ser colocada numa instituição. Por e-mail, Armando Leandro frisa que é necessário "bom senso" e "equilíbrio" na tomada destas decisões e que "mesmo a medida de apoio institucional tem em vista, sempre que viável e seguro, o regresso, o mais rapidamente possível, da criança ou do jovem à sua família" - na impossibilidade de isso acontecer, deve acautelar-se outro projecto de vida.

O que está em causa são casos em que "o excesso significativo de peso", "já característico de obesidade", possa constituir "uma situação de risco" e de "perigo" para a saúde das crianças. Armando Leandro, também juiz, ressalva que, antes de medidas mais drásticas, devem ser promovidas "estratégias e acções de prevenção primária e secundária", nas quais se incluem "a informação e a sensibilização" sobre as "implicações negativas da obesidade na saúde e na realização das crianças" e sobre os "meios de a evitar e superar".

A tese de considerar negligentes os pais que, sistematicamente, ignorem estas implicações e se recusem a acatar os conselhos médicos, falhando e desrespeitando tratamentos para ajudar um filho obeso (ou em risco de) a perder peso, foi defendida por um grupo de especialistas, entre os quais Russell Viner, do UCL Institute of Child Health de Londres, num artigo publicado no British Medical Journal.

Também o psicólogo Eduardo Sá entende que, num contexto de risco para a saúde, pais que ignorem os conselhos médicos, não promovam alimentação saudável e exercício físico dos filhos devem ser acusados de negligência: "Só posso estar de acordo. Atenção que não falo de excesso de peso, mas de obesidade, da chamada obesidade mórbida. Os pais têm que compreender que têm responsabilidades sobre as crianças. Se não providenciam os cuidados, o bem-estar das crianças, seja por ignorância ou por negligência, estão a comprometer de forma irreparável todo o desenvolvimento dos filhos", diz, ressalvando que não se trata de defender que toda a gente tenha "as medidas certas", mas de não deixar que o peso da criança comprometa o seu "desenvolvimento e saúde". "Proporcionar uma alimentação saudável e exercício físico devia ser como obrigar as crianças a ir à escola", diz.

Última opção

Já houve casos no Reino Unido, em Espanha e nos Estados Unidos em que os tribunais entenderam que as crianças, com obesidade mórbida, deviam ser afastadas dos pais. Antes, porém, de se partir para opções mais drásticas, diz Armando Leandro, deve tentar-se que "os pais interiorizem e assumam as suas responsabilidades e adquiram as necessárias competências parentais nesta matéria". Tem que se "apostar decididamente" na prevenção primária e secundária, diz, sublinhando a importância da "intervenção precoce".

Mas, quando todas as medidas falham, a criança pode ser separada dos pais: "Não está, porém, afastada a possibilidade de, nesses casos de situação de perigo, por questões de obesidade, ser aplicada medida de promoção e protecção que implique a separação da criança de seus pais, incluindo a medida de colocação em instituição, caso se revelem inadequadas ou insuficientes outras medidas menos restritivas da liberdade de exercício das responsabilidades parentais e do direito da criança de estar preferencialmente com os seus pais", explica.

terça-feira, 1 de junho de 2010

No Dia Mundial da Criança a CPCJ de Mértola tem o prazer de apresentar...

DIA MUNDIAL DA CRIANÇA


O Dia Mundial da Criança foi assinalado, pela primeira vez, em 1950.

Após a 2ª Guerra Mundial, em 1945, os países da Europa, Médio Oriente e China entraram em crise.

As crianças desses países viviam em péssimas condições, porque não havia comida e os pais estavam mais preocupados em retomar a sua vida normal do que com a educação dos filhos.

Muitas crianças ficaram órfãs e outras tiveram de ir trabalhar para contribuir para o sustento da família.

Em 1946, a ONU (Organização das Nações Unidas) começou a tentar mudar esta situação, tendo surgido a UNICEF, conhecida mundialmente pelo que faz pelas crianças em todo o mundo!

Apesar de todos os esforços, era difícil fazer com que o mundo olhasse para os direitos das crianças, por isso, em 1950, a Federação Democrática Internacional das Mulheres propôs à ONU que criasse um dia dedicado às crianças de todo o mundo.

Com a criação deste dia, os estados membros das Nações Unidas reconheceram às crianças, independentemente da raça, cor, sexo, religião e origem nacional ou social, o direito a:
- afecto, amor e compreensão;
- alimentação adequada;
- cuidados médicos;
- educação gratuita;
- protecção contra todas as formas de exploração.

DIA DA CRIANÇA!

"As pessoas crescidas têm sempre necessidade de explicações... Nunca compreendem nada sozinhas e é fatigante para as crianças estarem sempre a dar explicações."

Antoine de Saint-Exupéry

quinta-feira, 6 de maio de 2010

BULLYING NAS ESCOLAS

Consulte o boletim InfoCEDI n.º 24, subordinado ao tema Bullying nas Escolas, do Centro de Estudos, Documentação e Informação sobre a Criança do Instituto de Apoio à Criança.
Consulte aqui

quarta-feira, 28 de abril de 2010

PALESTRA - “Como Minimizar os Riscos Para Maximizar os Benefícios"

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens do Concelho de Mértola convida todos os pais e encarregados de educação, os docentes e não docentes para participarem na palestra "Como minimizar os riscos para maximizar os benefícios", no dia 29 de Abril, pelas 21h00, na Casa das Artes Mário Elias, com Tito de Morais, fundador do Projecto MiudosSegurosNa.Net .

Esta palestra focar-se-á na explicação dos principais problemas de segurança a que crianças e jovens estão expostos na Internet e na apresentação das principais soluções actualmente disponíveis para mitigar esses riscos. Durante esta apresentação aprenderá:
• Os principais benefícios das tecnologias de informação e comunicação para crianças e jovens.
• Os 5 principais tipos de riscos a que crianças e jovens estão expostos online.
• O que geralmente fazemos e por que razão isso não funciona.
• O que precisamos de mudar para que crianças e jovens estejam seguros online.
• Os 4 principais tipos de soluções para a segurança online de crianças e jovens.
Disporá ainda de uma oportunidade única para colocar perguntas e ouvir os conselhos de um especialista na matéria.
Este evento, organizado pela CPCJ de Mértola e pelo Agrupamento de Escolas de Mértola, está integrado na Semana Educativa do Concelho, promovida pela Câmara Municipal de Mértola, e conta com o apoio do Projecto MiudosSegurosNa.Net.

http://www.miudossegurosna.net/

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Palestra sobre BULLYING - causas e consequências

No âmbito da Semana Educativa, de 26 de Abril a 8 de Maio, vai realizar-se uma palestra subordinada ao tema "Bullying - causas e consequências", no dia 27 de Abril, pelas 18 horas, na Casa das Artes Mário Elias, com a Dra. Tânia Paias, psicóloga clínica, mestre em educação escolar e responsável pelo sítio http://www.portalbullying.com/.



terça-feira, 13 de abril de 2010

Comissão de Protecção de Crianças preocupada com "bullying"

A Comissão Nacional de Protecção de Crianças e Jovens em Risco está «preocupada» com o «bullying» e «disposta a atuar» no sentido da sua prevenção, em articulação com as escolas e famílias, afirmou hoje o seu presidente.

O bullying «é um assunto que nos preocupa e estamos dispostos a atuar no sentido da sua prevenção e da reparação, em cooperação com as escolas e famílias», afirmou esta manhã Armando Leandro, que participou na I Conferência sobre «Abuso de Crianças e Jovens», a decorrer na aula magna da faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
Segundo referiu, o bullying é um problema comunitário que preocupa a comissão e deve ser prevenido através das próprias relações entre crianças.
«A violência não se justifica, sobretudo essa humilhação do mais fraco», disse, salientando a importância em investir «cada vez mais na ajuda às crianças para a sua consciência moral».
Armando Leandro referiu que Comissão vai tentar «intensificar» palestras nas escolas sobre a violência, considerando que «a escola não pode ser deixada sozinha neste problema, embora deva ter mecanismos internos» de prevenção de situações de violência.
É intenção da Comissão colaborar com as direções regionais de educação, mas também com investigadores nesta área, para que se percebam as causas de forma a «prevenir e eliminar» estes atos de violência.
O responsável defendeu «o apelo aos afetos e à compreensão do que é a criança e de como se processa o seu desenvolvimento» como forma de evitar abusos sobre estas.
No seu entender, as crianças precisam de um modelo educativo e pedagógico, não de atos violentos.
É fundamental, no seu entender, «que haja cada vez mais precocemente a ideia de que a criança é um sujeito de direito».
Armando Leandro salientou ainda o «dever» da sinalização de casos de violência sobre crianças e jovens, afirmando que a sociedade deve «interiorizar que a sinalização é um ato cívico fundamental» para proteger a criança.
«Na dúvida, vale mais sinalizar para proteger, com a ideia de que o que diz respeito à criança é determinante», concluiu.

Fonte: Diário Digital / Lusa

Conselho Nacional de Escolas defende prevenção para combater "bullying"

O Conselho Nacional das Escolas defendeu hoje, terça-feira, a prevenção como a principal solução para combater os actos de violência entre os alunos, numa reacção à intenção da Procuradoria-Geral da República de tipificar o 'bullying' como crime escolar.
"Importa criar formas de actuação preventiva, para se criar um ambiente saudável e pacífico nas escolas e, assim, tornar mais fácil a detecção e o combate a comportamentos desviantes", declarou o responsável pelo CNE, Álvaro Almeida dos Santos.
Na sexta-feira passada, a PGR entregou aos Ministérios da Educação e da Justiça um estudo sobre "os vários tipos de violência escolar e a sua punição", considerando, na altura, necessário abranger nesta área os ilícitos que, até agora, "dificilmente se podiam considerar tipificados", como é o caso do 'bullying'.
Neste sentido, a intenção do PGR é definir o 'bullying' como um crime no âmbito da violência escolar e ampliar a denúncia obrigatória destes actos por parte dos responsáveis das escolas.
"Tudo o que se faça para credibilizar a ação das escolas é bem vindo", começou por dizer Álvaro Almeida, defendendo a necessidade de se "identificar e conhecer bem" o problema para, depois, serem encontradas as soluções.
A este propósito, o responsável pela CNE recordou o caso norueguês, em que se registou uma redução de 50 por cento dos casos de 'bullying' através de um "melhor conhecimento do problema" por parte dos vários agentes e, consequentemente, "uma maior capacidade para lidar" com estas situações.
Questionado sobre o alerta da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, que disse que as escolas que denunciam actos de violência entre os alunos são "penalizadas na avaliação externa", o responsável pela CNE admitiu a possibilidade das escolas valorizarem de forma diferente as situações de violência entre os alunos.
"Parece-me importante alertar as escolas para a necessidade de detecção destes problemas, logo à nascença. É importante que todos os agentes e os próprios alunos estejam atentos", concluiu.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Legislação de protecção de alunos agredidos por colegas

O Conselho de Ministros de 11 de Março deliberou mandatar a Ministra da Educação para apresentar uma iniciativa legislativa que reforce os poderes dos directores das escolas para suspender preventivamente alunos que tenham provocado agressões, permitindo que essa decisão de suspender o aluno agressor possa ocorrer imediatamente, assim que a agressão ocorra, não prejudicando outras medidas de acompanhamento do caso, quer disciplinares, para o agressor, quer de apoio aos alunos agredidos. A Ministra da Educação, Isabel Alçada, salientou que «os casos de violência dentro das escolas têm vindo a diminuir», e que «o Governo pretende que diminuam ainda mais».

SOS Criança - 600 queixas de crianças em risco

Por ANA BELA FERREIRA

Em 2010, a linha de ajuda do Instituto de Apoio à Criança recebeu uma média de dez denúncias diárias

Desde Janeiro e até agora, o Instituto de Apoio à Criança (IAC) já recebeu na sua Linha SOS Criança 591 denúncias de situações de risco que afectam menores. O que equivale a uma média de dez chamadas por dia. A maioria dos casos diz respeito a problemas dentro da família, conforme reconhece o coordenador da Linha SOS Criança, Manuel Coutinho. Em segundo lugar estão os alertas relativos a maus tratos físicos e psicológicos em instituições, que são maioritariamente escolas ou centros de acolhimento. Num total de 18 chamadas, que incluem denúncias de bullying.
Assim, depois das situações detectadas no seio da família, é na escola que surge a maioria dos problemas que colocam as crianças em risco. As denúncias partem na sua maioria de adultos, que hoje em dia já "estão mais sensibilizados para esta problemática", adianta Manuel Coutinho.
Nos primeiros meses do ano, registaram-se ainda 67 apelos relativos a crianças em perigo. Ou seja, de casos de crianças maltratadas continuamente no seio familiar. Nestas situações, as vítimas "precisam de uma intervenção imediata", explica Manuel Coutinho. Mais numerosas são as queixas de negligência. Em pouco mais de dois meses, a SOS Criança registou 69 chamadas neste âmbito.
Também em 2009 as situações de negligência e crianças em perigo foram as mais comuns. No primeiro caso houve 385 denúncias e no segundo 509. No total, a linha de apoio, que é gratuita e anónima, recebeu 4154 chamadas nesse ano. Os casos de violência física e psicológica em instituições, que englobam tanto problemas entre crianças como de professores/educadores contra alunos, registaram 54 denúncias.
O número de apelos que chegam à Linha do IAC não têm variado muito ao longo dos anos. Desde que foi criada em 1988 que a média de chamadas anuais se tem situado nas 4000. No entanto, existem diferenças no número de chamadas durante a semana. "À segunda-feira há um maior número de apelos e à sexta-feira há menos", refere o coordenador da Linha.
Depois do apelo feito à SOS Criança, os técnicos recolhem todas as informações relativas à situação concreta e encaminham todo o processo para as autoridades competentes. "Só depois de se fazer um diagnóstico sobre a situação é que esta é sinalizada para as estruturas competentes", acrescenta Manuel Coutinho.
Nestes primeiros meses do ano houve ainda 13 apelos relativos a crianças desaparecidas, 14 de abuso sexual e três denúncias de pedofilia. Além destas situações mais problemáticas, existem também muitas chamadas de crianças e adultos que procuram apenas aconselhamento.
Por exemplo, registaram-se 78 chamadas de pessoas que apenas queriam falar com alguém e 25 que queriam informações sobre o serviço ou outras situações. Estes pedidos também fazem parte da missão da SOS Criança, lembra Manuel Coutinho. "Este é um serviço que directa ou indirectamente dá voz à criança. Todas deviam ter o número da SOS sempre consigo", acrescenta o psicólogo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Educação Sexual dos Jovens

Consulte o boletim InfoCEDI n.º 23, subordinado ao tema Educação Sexual dos Jovens, do Centro de Estudos, Documentação e Informação sobre a Criança do Instituto de Apoio à Criança.

Consulte aqui http://www.iacrianca.pt/

terça-feira, 9 de março de 2010

BULLYING - Especialistas garantem que um diálogo aberto com os pais dá confiança às crianças para denunciar casos.


O diálogo com os pais é fundamental para que as crianças vítimas de bullying possam ultrapassar a situação. "É difícil fazer receitas", reconhece o pediatra Gomes Pedro, que já foi médico em escolas. No entanto, o clínico garante que é preciso a criança "sentir-se acompanhada". "Os pais podem dizer: 'O teu colega bateu-te, é preciso ir contigo à escola para falar com ele?", exemplifica.
É também importante que os pais digam que acreditam nos filhos, para que eles "lhes contem todas as cenas que sintam como violentas", como defende o pediatra Mário Cordeiro. "Mas os próprios pais não podem ficar calados e devem pedir explicações na escola", acrescenta o médico, recordando o caso de Leandro, que continua desaparecido e se terá suicidado por ser vítima de bullying.
Por outro lado, os psicólogos e pediatras sublinham que é preciso distinguir os episódios de violência que fazem parte do desenvolvimento infantil e bullying, que é um tipo de violência mais persistente. Este último é um fenómeno que envolve uma em cada quatro crianças portuguesas. Ou seja, 40 a 42% dos alunos são vítimas ou agressores, de acordo com os últimos estudos nacionais.
A psicóloga Marina Carvalho lembra também que é importante a vítima "comunicar o que está a acontecer a um adulto com responsabilidades na escola". Os pais devem ainda ajudar a desenvolver as capacidades relacionais dos filhos. Uma vez que as vítimas são por norma submissas nas relações com os outros, tímidas e têm dificuldades em afirmar-se. "Se as crianças conseguirem afirmar-se perante os outros e manter boas relações com os colegas, isso diminui a tendência à vitimização", refere Marina Carvalho.
Explicar às crianças que não são as únicas e que as outras vítimas conseguiram ultrapassar o problema ajuda a minimizar os efeitos destas agressões e humilhações continuadas, sublinha Marina Carvalho. Outra forma de fazer com que as crianças ultrapassem as situações de bullying é ter vários grupos de amigos. "É importante as crianças terem os amigos do bairro, do desporto ou de outras actividades, para não terem apenas o grupo da escola que as humilham", considera a psicóloga Ana Beatriz Saraiva.
Nos casos de bullying, as regras de segurança que os pais ensinam aos filhos também são válidas. "As vítimas devem evitar locais isolados, ruas escuras ou andar sozinhas", esclarece Ana Beatriz Saraiva, especialista em violência escolar.
Na prevenção destes casos, Mário Cordeiro propõe que se desenvolva "um programa organizado, nas escolas primárias e outras, sobre a não violência e estratégias de dirimir pacificamente os conflitos". Considerando fundamental "dar às vítimas espaço 'institucional' para se queixarem, sabendo os agressores que a escola 'está de olho neles', sejam quem forem", aponta o pediatra.

PORTAL DO BULLYING

O Portal do Bullying é uma iniciativa de uma clínica de serviços da área da Psicologia Clínica, composta por uma equipa especializada no acompanhamento de crianças e adolescentes, com o objectivo de facilitar o ajuste emocional e intelectual.
É possível aceder a informação sobre o Bullying e os sinais de alerta, estando também disponível o fórum, no qual podem ser colocadas questões.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Pobreza deixa marcas biológicas nas crianças

por FILOMENA NAVES
Primeiros cinco anos de vida são decisivos para o desenvolvimento cerebral e a carência extrema produz sequelas irreversíveis

A teoria política já o disse e a psicologia mostrou-o: a pobreza que afecta as crianças tem efeitos negativos e duradouros no seu desenvolvimento. Mas agora um ambicioso estudo de cientistas norte-americanos conseguiu ir mais além, ao demonstrar que essa condição se repercute a nível neurobiológico e na saúde para o resto da vida.
Os resultados foram apresentados na conferência da American Association for the Advacement of Science, na Califórnia, e os autores apontam a necessidade de novas estratégias sociais para prevenir o problema.
"A pobreza pode modificar profundamente a neurobiologia da criança muito pequena, porque ela está em desenvolvimento", afectando todo o percurso da sua vida, afirmou o sociólogo Greg Duncan, da Universidade da Califórnia, um dos autores do estudo.
O pediatra e investigador Thomas Boyce, da Universidade de British Columbia, no Canadá, e co-autor, explicita: "Descobrimos que as crianças que crescem em ambientes desfavorecidos reagem ao stress de forma desproporcionada, e conseguimos medir isso através de avaliações hormonais e neurológicas, utilizando scaners cerebrais, e mais recentemente com análises genéticas."
São múltiplos os níveis de complexidade e a dimensão que estes efeitos da pobreza podem atingir, segundo os autores. Eles podem repercutir-se nas principais funções biológicas, ou em circuitos específicos do cérebro e até no mecanismo molecular que activa e desactiva as funções dos genes, adiantam.
Para medir o impacto sócio-económico daquelas sequelas biológicas - a "biologia da miséria", como lhe chamou Jack Shonkoff, especialista em desenvolvimento infantil da Universidade de Harvard - Greg Duncan analisou os rendimentos médios e a duração do emprego de 1589 adultos nascidos entre 1968 e 1975, nos EUA. E avaliou também os rendimentos das famílias de cada um deles durante os cinco primeiros da sua vida, um período decisivo para o desenvolvimento cerebral. Isso envolveu a observação de vários parâmetros, desde a educação escolar ao número de horas de trabalho, tipo de alimentação, apoios sociais, estado de saúde e história judicial.
Segundo os autores, este foi o primeiro estudo com medições sistemáticas deste tipo nos EUA, o que permitiu quantificar conclusões. Exemplo: um aumento de três mil dólares anuais nos rendimentos de uma família pobre, através de um apoio social, quando há filhos com menos de cinco anos, traduz-se mais tarde num aumento de 17 por cento nos rendimentos destes filhos quando já são adultos trabalhadores. Estes tendem a uma maior estabilidade laboral também.
Referindo-se à realidade dos EUA, os autores sublinham que as suas conclusões "mostram que as políticas de apoio social a famílias desfavorecidas com crianças pequenas produzem resultados tangíveis". Esta conclusão não será difícil de generalizar.

Fonte: http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1502687

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mundo da Criança

É mais um sítio para visitar, com histórias interessantes.
http://www.mundodacrianca.co.pt/